sexta-feira, 31 de julho de 2009

Fotografia Incidental

Por: MOA


Com mais de 150 anos, a fotografia continua exercendo um papel fundamental na criação de imagens inusitadas através da percepção dos artistas.


Para que ela fosse popularizada e comercialmente difundida, os fabricantes padronizaram as máquinas, acessórios e insumos para que as pessoas mesmo não sendo apaixonados por imagens, pudesse de uma forma registrar alguns momentos que só a fotografia consegue em sua plenitude.


Com todo esse aparato de técnicas apropriadas para sugar o melhor da luz, os artistas inconformados com o trivial, começaram a modificar a maneira de pensar fotografia e a desconstrução da forma iniciou um novo período nesse mágico campo de arte fotográfica.


A poética adentrou na câmera escura proporcionando a captura da luz com uma aferição contrária ao proposto ao longo dos anos para se obter um padrão fotográfico na linha popular.


Nascia a pintura fotográfica, pincelar com a luz a magia que o tempo através do obturador e diafragma, para imantar a sutileza, a loucura e a magia que nossos olhos só conseguem enxergar através da paralisação do tempo em uma fração de segundo ou mais.


A câmera fotográfica juntamente com o pensar e algumas formas de luzes e movimentos, se aliaram para provocar e povoar situações inusitadas através dos clicks e os fotógrafos se tornaram pintores imagéticos encantando com a dissolução das técnicas em novas formas de interagir com o real e torná-lo irreal sólido.


Existem alguns princípios básicos para a utilização da câmera fotográfica que fora construída para capturar uma fração de segundo e eternizá-la com as mesmas características que nossos olhos observam, isso não quer dizer que não possamos desativar esse sistema básico e propor novas técnicas através de pseudos erros e reinventar uma maneira própria de fazer fotografia e para isso é imprescindível que se conheçam as técnicas para que a proposta dessa desconstrução não seja mera coincidência e sim, uma poesia de luz a invadir a câmera de uma forma provocativa , sensual, sensitiva etc.


Um grande mago do cinema brasileiro”Glauber Rocha” dizia que para se fazer cinema bastava uma câmera na mão e uma idéia na cabeça e parodiando esse gênio eu digo que para fazer fotografia, precisamos apenas de uma câmera na mão e o disparar do coração através de um simples click.


A revolução fotográfica começa na fermentação de nossos neurotransmissores rebuscando os pixels que se guardam feito óvulos prontos pra ser fecundados através de nossas idéias e nessa relação que dará vida as imagens é mister que essa interação seja reagente com o tempo e a luz que se unem e procriam o nascimento da fotografia contemporânea.


Vamos desconstruir a geometria clássica para que a poesia concreta possa invadir nossas cabeças e nossos corações através de uma pintura virtual a ser feita quando disparamos o gatilho de nossas cabeças.


Fotografar é beijar a luz fragmentando o tempo com cores e tons e surgem com o pensar e o dançar em nossas cabeças provocando e excitando os grãos e os pixels.

Autorizado por FOTOCOLAGEM

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