sexta-feira, 24 de julho de 2009

Mundo das Compactas - Parte I

As câmeras compactas dominam o mercado, principalmente no mercado de mergulho; onde ter um equipamento de foto-sub não é mais necessário comprar câmeras anfíbias específicas. Praticamente, para qualquer câmera digital vendida nas lojas afins, pode-se comprar uma caixa estanque pronta do fabricante (ou mesmo mandar fazer aqui mesmo no Brasil caso o fabricante não tenha) e usá-la para foto-sub. Assim equipamentos compactos (mas de excelente qualidade ótica e recursos) como da Sony, Canon, Nikon e outras, podem ser utilizadas para o mundo submerso.

Só esbarramos em um pequeno problema: Que raios de %$@#%%$ são estas partículas que aparecem nas fotos ?

Estas partículas são causadas pela reflexão da suspensão (poeira e plâncton) ao disparar o flash, que as ilumina e são captadas pelo CCD (ou CMOS) da câmera, e como estão fora de foco, distrai o observador para algo ruim, feio. Ou seja, é a ruína de uma bela foto!


A maior parte do motivo do aparecimento destas %$@#%%$ que estragam nossas fotos, são causadas pelo flash interno da câmera, pois a luz incide diretamente nestas partículas existentes na água, e nelas refletindo-as de volta (para trás). Chamamos isso de backscatter (esparramar de volta). O backscatter causa uma má impressão a quem vê a foto, destruindo sua composição, pois distrai o observador da foto para esta "sujeira ótica".

Mesmo as boas fotos feitas por bons fotógrafos há algum backscatter. O que devemos saber é como minimizar-mos seus efeitos. Normalmente eu diria que a primeira coisa seria ter um flash externo, e a segunda, seria usá-lo adequadamente.


Um flash externo estaria evitando estas partículas iluminando-as.


Cavalo marinho com uso de flash externo.

O problema é: Como colocar um flash externo em caixinhas estanques se estas não possuem entradas de cabos como as caixas estanques para câmeras profissionais?

Há duas formas de fazer isso e dependerá do flash que você possui (ou pretende adquirir).

Uma destas formas é por meio de um sensor slave no flash. Para isso pode-se utilizar um cabo de fibra ótica e adaptá-lo na frente da caixinha estanque (tapando todo o flash interno da câmera com uma vedação de luz apropriada) e na outra extremidade conectando no sensor slave do flash externo.

É importante para isso que o flash possua um sensor slave embutido. Assim, ao disparar o flash interno da câmera, o cabo de fibra ótica transmitirá luz sensibilizado o sensor do flash externo disparando-o.

Flash YS90DX da Sea&Sea com sensor slave embutido (o sensor está na região pequena escura arredondada na parte da frente do flash) e o cabo de sincronismo (uma tira preta que fica na frente do flash interno da câmera pelo lado externo da caixa estanque que por um cabo de fibra ótica termina numa máscara que é encaixada na frente do flash para sensibilizar o sensor embutido).

O problema de usar cabos de fibra ótica é que os mesmos não estarão medindo a intensidade da luz necessária para iluminar o objeto, ficando por isso o controle manual do fotógrafo no próprio flash (ajuste de potência).

É claro, alguns fabricantes desenvolveram um sensor sem fio, em que este é direcionado para a câmera sem precisar de transmissão física por meio de cabos.


O Flash DS-50 da Ikelite possui um sensor slave externo que é direcionado para o flash interno da câmera (repare que o flash interno da câmera é coberto para evitar que seu disparo não deixe a luz ir para frente causando o backscatter).

Esta tecnologia sem cabo é interessante, possibilitando um desempenho mais preciso do flash porque capta a quantidade de luz que o flash embutido da câmera dispara para iluminar o objeto de acordo com o que a câmera capta, ativando assim o automatismo do flash pelo sistema TTL (sistema que possibilita a exposição automática de acordo com a quantidade de luz necessária).

A outra forma é colocar um fotosensor na extremidade do cabo capaz de captar a luz e transformar em impulsos elétricos até o flash. Esta tecnologia tem vantagens, pois dependendo do flash utilizado o sistema TTL poderá funcionar e será bem útil.


Fotosensor colocado na extremidade do cabo e acoplado na caixa estanque externamente de forma a captar a luz do flash interno e disparar o flash externo.

Entretanto, somente ter um flash externo não resolve o problema, para isso devemos saber como utilizá-lo de forma correta e isso veremos posteriormente. Até lá, tenha em mente que se pretende adquirir um flash externo pense em como irá acioná-lo primeiro !

Christian Sgarb

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