sexta-feira, 24 de julho de 2009

Walter Firmo revela o segredo para um bom "click"



Divulgação
"...Ver uma fotografia é o ato de descobrir-se a si mesmo". Essas são as sábias palavras de Walter Firmo,fotojornalista profissional que tem seu nome conhecido no Brasil e no exterior. Trabalhou nos mais importantes veículos da imprensa escrita brasileira como os jornais "Última Hora" e o "Jornal do Brasil". Foi o primeiro fotógrafo a ser convidado para atuar na
equipe da revista "Realidade", também atuou nas revistas "Manchete", "Fatos e Fotos", entre outras.
Hoje, aos 70 anos de idade, fotografa projetos pessoais e ministra aulas e "workshops" pelo país inteiro.


PDF-Como você começou a fotografar?

Walter- Estudava no colégio Atheneu Brasileiro fazendo o final do ginásio,quando a professora do canto orfeônico liberou minha pesquisas nabiblioteca daquele educandário.
Lá, tive a maior supresa da minha vida:um livro sobre como revelar uma fotografia, compor seus químicos, me senti
um bruxo!Depois, tambem, aquela coisa de "parar" o tempo e estabelecer com ele um diálogo inimaginável...

PDF-Na sua opinião o que é uma boa fotografia?

Walter- Aquela que possa usufruir dos sentidos, aquela que desperte um interesse insuspeitável e que você possa manter com ela um "diálogo" imperceptível através dos sentidos.Esta boa fotografia pode ser um
recanto de si mesmo guardado alí sobre a superfície de um papel...

PDF- Walter, nos fale um pouco de sua trajetória profissional.

Walter-Dois jornais, a "Última Hora", vespertino diário, uma referência a quem estuda o história do jornalismo brasileiro; o "Jornal do Brasil", matutino onde trabalhei quatro anos e fui agraciado com o Premio Esso, em 1964,texto sobre uma série de cinco reportagens sob o título "100 dias na amazônia de ninguém", primeiro fotógrafo a ser convidado para atuar na equipe da revista "Realidade", outro marco da história do jornalismo pátrio. Revista "Manchete", "Fatos e Fotos", "Desfile", da editora Bloch;neste tempo, atuei trabalhando no "bureau" da revista "Manchete",
na cidade de New York, nos Estados Unidos.Fundei o primeiro banco de imagens, a "Camera Três", juntamente com os fotógrafos Sebastião Barbosa e Claus Mayer.
Trabalhei na sucursal da revista "Veja", no Rio de Janeiro, de 74 a 79, indo depois para São Paulo onde fiquei na revista "Tenis
Esporte".De 80 a 84, foi o ano que mais ganehi dinheiro com fotografia, trabalhando como "free-lancer" emcapas de discos, empresas estatais,
reportagens para revistas e eteceteras. Em 84, revista sucursal da "Isto
É", Rio de Janeiro, passando depois, convidado pelo então ministro Celso Furtado, da Cultura, a dirigir o nstituto Nacional da Fotografia, orgão
ligado a Funarte, onde acabo de me aposentar pela compulsória, já que
completei 70 anos de idade.
Hoje, fotografo projetos pessoais e dou aulas
e "workshops" pelo País inteiro.

PDF- Quais são os equipamentos que você usa?

Walter- Eu uso Nikon Fm2, Hasselblad e Leica, mas, comprarei assim que puder uma D200 digital para bricar, acompanhar o meu tempo de vida dentro da
sua modernidade e fazer amigos como o mágico de Óz, ou mesmo o Caramurú,
que encantava com os tiros na chegada dos portugueses...

PDF- Qual a importância da arte fotográfica no Brasil? E qual é a sua opinião sobre os fotógrafos brasileiros, isto é, eles sabem valorizar a fotografia?

Walter- A importância da arte fotográfica no Brasil é a mesma que a dos outro
países, isto é, lavrar uma certidão de nascimento e competência "intelectual" com uma máquina reprodutora imortalizando tudo que encontra pela frente, mas mesmo assim, muitas vezes dando ênfase ao caráter do
artista quanto a sua ânima e personalidade.Em suma, quem está por trás da
camera, ama, sofre, vê e, consequentemente, numa área de 180 graus, tem o seu escaninho lavrado como escultor de uma ordem e sentimento.
Os fotógrafos brasileiros são os melhores do mundo ou então, estão
ombro-a-ombro com os melhores americanos e europeus. Valorizam a fotografia em todos os seus escaninhso "burocráticos".

PDF- Walter, qual é o "segredinho" para um bom click?

Walter- O "segredinho" de um "click" é você fotografar pra você, isto quando não está na plataforma jornalística, embora, muitas vezes, a arte de fazer fotojornalismo é também perpretar um trabalho de visão pessoal, mesmo que
esteja trabalhando com o fato ou aquilo que Paulino da Viola disse numa
de sua canções, "...o acaso não tem pressa". Já na fotografia interpretativa vale a sua "persona" ou o interesse pessoal de sua
linguagem e descobrimentos.

PDF- Por que você diz que "o ato de ver uma fotografia será sempre um ato de conhecimento"?

Walter- Porque toda fotografia ensina, mesmo para aqueles que são letrados mas
desatentos. O que eu quiz acrescentar é que ver uma fotografia é o ato de
descobrir-se a si mesmo.

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